Dada a diversidade e complexidade dos sistemas de produção de leite na região, a assistência técnica assume papel vital para proporcionar aumento da produção, possibilitando o crescimento da renda dos produtores da Coopervap. Vários projetos foram implantados buscando atender várias classes de associados, e o foco é mostrar aos produtores que a base fundamental da produção de leite é alimentação. Entretanto, o manejo dos animais, clima, ambiente, qualidade da água e, principalmente, o controle em relação ao trato dos animais e despesas com o negócio são conjuntos de ações que precisam ser bem coordenadas e aplicadas em hora e ambiente certo.
A equipe de pesquisadores da Embrapa Cerrados se reuniu com a diretoria e corpo técnico da Coopervap para discutir e analisar os resultados dos dois anos de execução do projeto Leite Mais Coopervap. “O projeto começou no ano agrícola de 2019/20. Em termos de experiência da Embrapa, e em meio a pandemia da Covid-19, somado ao comprometimento da Coopervap e da equipe de técnicos, os resultados foram bastante satisfatórios”, afirmou Marcelo Leite Gastal, pesquisador Embrapa Cerrados. “Os objetivos, estabelecidos junto ao MAPA, não só foram alcançados, como também foram superados significantemente”, completou Zaré Augusto Bruno Soares, também pesquisador Embrapa Cerrados.
Quando o projeto foi iniciado, os 100 produtores contemplados começaram com média de 58 litros/dia e hoje a produção alcançou 113 litros/dia. O objetivo, além melhorar a produção leiteria, é o aumento da renda dos produtores e, consequentemente, sua qualidade de vida. Os técnicos também trabalham com melhorias em outras atividades, como, por exemplo, a hortaliça e produção de volumoso. “Dentro desse escopo entra a diversificação da atividade produtora, que complementa a receita. Temos o melhoramento do rebanho e intervalo menor entre parto dos animais e, dessa forma, os associados têm mais bezerros para vender e aumentar seu rebanho”, pontuou Altino Severino Silva, vice-presidente da Coopervap.
A assistência técnica é fundamental para democratizar o conhecimento e processos de orientação técnica na melhoria dos controles e manejo do gado, bem como todos os resultados do produtor associado. Em suas entrevistas, a Ministra da Agricultura, Tereza Cristina salienta sobre a importância da assistência, principalmente aos pequenos produtores, que possuem mais dificuldades em acessar às novas tecnologias, orientações e créditos. “Temos trabalhado firmemente para melhorar as condições aos produtores, estamos no caminho certo”, continuou o vice-presidente.
Atualmente, com os altos custos de produção, novas alternativas para alimentar o gado de maneira eficiente são colocadas em prática. O incentivo ao uso do volumoso Capiaçu, também parte do projeto, permitiu que os produtores alcançassem resultados positivos, com custos baixos e nutritivos para seu rebanho. Os melhoramentos genéticos têm a base na nutrição, desse modo, “para ter um bom rebanho, a maneira mais barata começa dentro da propriedade, elevando a nutrição e, consequentemente, a sua qualidade genética” salientou o analista da Embrapa, Carlos Eduardo Silva Santos.
Resultados e desafios
Durante a apresentação dos resultados, foi discutido e identificado os pontos fortes, os aspectos que podem ser melhorados e o quão importante é a produção de leite da agricultura familiar na região. José Humberto Valadares Xavier, pesquisador da Embrapa Cerrados, afirma que “ao apresentarmos os dados do noroeste, notamos a importância da agricultura familiar e a cadeia do leite. É um público bastante relevante do ponto de vista social e econômico na região. Temos mais um ano agrícola para trabalhar ao lado dos produtores. É bom enfatizar que os resultados até o momento são excelentes”.
A seca prolongada é um desafio que deve ser avaliado, pois gera impactos diretos na renda do produtor. “Isso é algo que já estamos trabalhando. Pesquisando quais são as alternativas para o agricultor conviver com as mudanças do clima da região”, finalizou a pesquisadora da Embrapa Cerrados, Suenia Cibeli Ramos de Almeida.
Planos para o futuro
O projeto atual foi formatado para atender 100 cooperados e ser executado em três anos. No entanto, após sua finalização, é possível ampliar a parceria e o número de contemplados com uma nova formatação; fazendo um aditivo ao modelo atual, agregando outras atividades e metas. A participação da Embrapa, além dos conhecimentos especializados e técnicos, foi de grande valia nas áreas de gestão e controle do acompanhamento das atividades. “É uma parceria muito importante que permitiu avançarmos muito. Com ajuda do pessoal da Embrapa, desenvolvemos um aplicativo de gestão e controle do programa, produtor por produtor, para quantificar os resultados com todos os indicadores e metas propostas”, afirmou o vice-presidente da Coopervap, Altino Severino Silva.
A necessidade de se criar melhores condições de vida no campo, de forma que o produtor sobreviva da sua atividade, evita o êxodo rural tanto dos adultos quanto dos jovens. “A renda dos produtores contemplados melhorou bastante e isso atrai mais pessoas, a medida em que eles têm a perspectiva da viabilidade rentável da sua atividade”, concluiu Altino.